Constantemente
sente a serpente
que não gostam dela
como serpente.
Só gostam dela
em pele, sem ela.
Só gostam dela
superficialmente.
Tornada mala,
cinto, corrente,
eu não me sinto
como serpente,
diz a serpente
impaciente
quase doente
incomodada
desesperada
por ser serpente.
Eu sou tão querida
tão inocente,
o meu olhar
tão transparente.
O meu abraço
é tão dormente
e o meu beijo
é tão ardente.
O meu amor
tão envolvente.
Ninguém resiste
a uma serpente.
Como há quem diga
não ser prudente
ter como amiga
uma serpente?
Diz a serpente
impaciente
quase doente
incomodada
desesperada
por ser serpente.
poema de António Torrado
in Como quem diz
ilustração de Beatrice Alemagna
sente a serpente
que não gostam dela
como serpente.
Só gostam dela
em pele, sem ela.
Só gostam dela
superficialmente.
Tornada mala,
cinto, corrente,
eu não me sinto
como serpente,
diz a serpente
impaciente
quase doente
incomodada
desesperada
por ser serpente.
Eu sou tão querida
tão inocente,
o meu olhar
tão transparente.
O meu abraço
é tão dormente
e o meu beijo
é tão ardente.
O meu amor
tão envolvente.
Ninguém resiste
a uma serpente.
Como há quem diga
não ser prudente
ter como amiga
uma serpente?
Diz a serpente
impaciente
quase doente
incomodada
desesperada
por ser serpente.
poema de António Torrado
in Como quem diz
ilustração de Beatrice Alemagna
Sem comentários:
Enviar um comentário