Ele queria voar.
Como?
Ainda não sabia.
Não tinha asas
mas acreditava
poder levantar voo
e preparava
esse aguardado dia.
Ele era pesado,
comprido
e entroncado.
Mesmo assim,
conseguiu, certa vez,
subir e trepar
para o telhado.
Atirou-se
mas teve o cuidado
de espalhar colchões
por todo o lado.
Imitou as aves,
esbracejou, planou,
fechou os olhos
e não é que voou!
Voou na sua imaginação
voou na sua emoção
voou do telhado até ao chão.
E em cima do colchão
continuou de olhos fechados
a flutuar
com os braços
a abanar no ar.
poema de Ana Ramalhete
ilustração de Pablo Auladell
Sem comentários:
Enviar um comentário