segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não quero, não


Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer não.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.



poema de Eugénio de Andrade
in Aquela nuvem e outras

ilustração de Danuta Wojciechowska
in O menino eterno

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